FACES DO TRABALHO INFORMAL NO CENTRO DE QUIXADÁ
DOI:
https://doi.org/10.25190/rec.v11i1.8Palavras-chave:
Psicologia Social, Trabalho Informal, Processos OrganizativosResumo
O artigo descreve algumas feições dos processos organizativos do trabalho informal no centro da cidade de Quixadá. Trata-se do resultado de pesquisa desenvolvida no âmbito do Programa de Iniciação Científica (PIC) do Centro Universitário Católica de Quixadá (Unicatólica) nos anos de 2019 a 2021. Combinando métodos em pesquisa social (etnografia, questionário e entrevistas), o estudo indica similaridades e divergências dentre as realidades vivenciadas por 23 trabalhadores informais de cinco atividades distintas. Se apresentam como semelhanças: dependência e conflitos com políticas públicas, riscos à saúde no ambiente de trabalho, sentimento de insegurança e de desvalorização, inclusão em redes sociais de apoio mútuo. Já as divergências estão associadas à mercadoria, usos do espaço, relações de cooperação e competição, táticas de negociação, perspectivas futuras no trabalho. Os resultados da pesquisa são analisados em quatro categorias: regularidades socioeconômicas, trabalho precarizado e seus reflexos na saúde, determinações sociais de racionalidades práticas, redes sociais de apoio. Conclui-se a relevância de construir espaços coletivos para que tais trabalhadores possam dialogar com os saberes práticos e ampliar suas estratégias de sobrevivência frente as condições precárias de trabalho.
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