GABRIEL MARCEL E A FILOSOFIA DA ESPERANÇA
DOI:
https://doi.org/10.25190/rec.v14i1.1307Palavras-chave:
Existência, Liberdade, Esperança, Gabriel MarcelResumo
A presente pesquisa objetiva apresentar um encadeamento reflexivo sobre a Esperança, conceito comum para o campo teológico, mas pouco explorado em âmbito filosófico, tomando como fundamento o arcabouço teorizado pelo filósofo francês Gabriel Honoré Marcel. Pela análise da conjuntura dos dois séculos precedentes, no contexto dos conflitos bélicos mundiais que assolaram, principalmente o continente europeu, e suas graves e duradouras consequências percebe-se o alvorecer das denominadas filosofias da existência, novas vertentes de reflexão filosófica que partem da singularidade dos homens marcados existencialmente pela constante angústia e desespero na busca de sentido para a vida. Grandes nomes que tomaram parte desta seara teceram contribuições impares partindo do método fenomenológico de Husserl. Expor-se-á de maneira focal a perspectiva marceliana que, embora enquadrada na estirpe existencialista, traça uma diferenciada maneira de filosofar sobre o existente e, por vezes, dista do que os demais expoentes tratam. Marcado por sua própria experiência vivencial com as guerras e a fé confessional que abraçou no início da vida adulta, Marcel insiste na concepção da existência encarnada, concreta e comunitária ou social, que peregrina sob a guia da esperança do encontro com um mistério que lhe concerne pleno sentido da vida, denominado como Tu Absoluto. Ele utiliza do método fenomenológico husserliano, de arcabouço conceitual comum dos existencialistas, mas aplica sentido novo, por vezes retomando o sentido original dos termos desvirtuados ao longo da história.
Referências
CARVALHO, G. O. A filosofia de Gabriel Marcel: esperança no Tu Absoluto como fonte suprema de consistência e sentido da vida. Porto Alegre: Editora Fi, 2019.
JOLIVET, R. As doutrinas existencialistas: de Kierkegaard a Sartre. Porto: Tavares Martins, 1957.
LÉVINAS, E. Entre nós: Ensaios sobre a alteridade. Tradução de Pergentino Stefano Pivatto et all. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2005. (Textos Filosóficos)
MARCEL, G. El misterio del Ser. Tradução: María Eugenia Valentié. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1964.
MARCEL, G. En quête de ce qui ne passe pas. Wegweiser in der Zeitwende. 1955. Disponível em: http://www.gabriel-marcel.com/articles&textes/en-quete-de-ce-qui.php. Acesso em: 03 mar. 2024.
MARCEL, G. Il declino della saggezza. Tradução: Carmela Cossa. Roma: Edizioni Logos, 1982.
MARCEL, G. Prolegómenos para una metafísica de la Esperanza. Buenos Aires: Editorial Nova, 1954.
MERLEAU-PONTY, M. Ser e Ter. Revista Dialectus, n. 8, p. 146-153, jan./ago. 2016. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/dialectus/article/viewFile/5220/3852. Acesso em: 02 mar. 2024.
MONDIN, B. Curso de filosofia: os filósofos do ocidente. São Paulo: Paulus, 2005.
PERETTI, C. et al. Da existência ao ser: intersubjetividade em Gabriel Marcel. Memorandum, Belo Horizonte, v. 31, p. 175-192. 2016.
REYNOLDS, J. Existencialismo. Tradução: Caesar Souza. Petrópolis: Vozes, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Expressão Católica

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.