FATORES DE RISCOS PARA MORTALIDADE INFANTIL POR ASFIXIA NÃO INTENCIONAL EM BEBÊS

Autores

  • Juliana Bezerra de Oliveira Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil
  • Hilderlânia de Freitas Lima Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil
  • Liene Ribeiro de Lima Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil
  • Caroline Ribeiro de Sousa Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil
  • Anne Fayma Lopes Chaves Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, UNILAB, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7331-1673

DOI:

https://doi.org/10.25191/recs.v8i2.468

Palavras-chave:

Asfixia do lactente, Fatores de risco, Morte no berço, Cuidados de Enfermagem

Resumo

Define-se asfixia como o cessamento do aporte de oxigênio no organismo, seja advindo da falta de oxigênio ou da interrupção das vias aéreas externas e internas. Globalmente, a asfixia não intencional ainda é um grave problema de saúde pública, pois a asfixia acidental e estrangulamento no leito apresenta-se como principal causador de óbito em crianças menores de 5 anos e grande parte dessas mortes estão ligadas diretamente a hábitos e práticas de sono inseguro. O artigo tem como foco refletir sobre os fatores de riscos para mortalidade infantil por asfixia não intencional em bebês. Quanto à metodologia utilizada, trata-se de estudo teórico-reflexivo, na qual desenvolveu-se uma revisão de literatura em bases de dados do Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Após a leitura dos resumos e compilação dos materiais, os documentos selecionados foram lidos na íntegra, seguidos da análise e identificação dos elementos convergentes para a reflexão. Os resultados foram apresentados descritivamente em três categorias, a saber: Cenário mundial sobre a asfixia acidental e estrangulamento no leito; Fatores de risco para asfixia acidental e estrangulamento no leito; assistência profissional frente asfixia acidental e estrangulamento no leito. Como fatores de risco os achados demonstram que a posição prona, lateralizada, compartilhamento de cama, dormir com o filho após ingesta de substâncias química, adormecer em superfícies inseguras, objetos no ambiente no ambiente do sono, uso em excesso de roupa de cama, edredom e colchões macios. Outro fator de risco existente e denota preocupação são os grupos em situação de vulnerabilidade social, idade mais jovem, sem ou baixa escolaridade, baixo nível econômico e famílias que vivem amontoadas, esse perfil são mais propícias a executar ações de mais riscos para o bebê. As práticas de sono inseguro são bastante comuns e difundidas nos lares, dentre os cuidados fundamentais para prevenção de asfixia no ambiente do sono destaca-se a abstenção de objetos no berço, o não compartilhamento de cama. Essas condutas incorretas são realizadas na sua grande maioria por mães jovens, negras, com baixa escolaridade e em situações de vulnerabilidade social. Torna-se necessário pesquisas voltadas para a asfixia acidental e estrangulamento no leito, juntamente com a qualificação dos profissionais da saúde sobre as novas práticas atualizadas do ambiente do sono seguro conduzida pela Academia Americana de Pediatria.

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Publicado

18-12-2023

Como Citar

OLIVEIRA, J. B. de; LIMA, H. de F.; LIMA, L. R. de; SOUSA, C. R. de; CHAVES, A. F. L. FATORES DE RISCOS PARA MORTALIDADE INFANTIL POR ASFIXIA NÃO INTENCIONAL EM BEBÊS. Revista Expressão Católica Saúde, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 57–68, 2023. DOI: 10.25191/recs.v8i2.468. Disponível em: http://publicacoes.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/recs/article/view/468. Acesso em: 11 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos de Revisão de Literatura