ACOMPANHAMENTO PSICOTERAPÊUTICO EM SAÚDE MENTAL A PACIENTES COM TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

Autores

  • Publicações Acadêmicas UNICATÓLICA
  • Joellington Vinicius de Lima Eloi Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil
  • Allana dos Santos Nunes Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil
  • Milena de Holanda Oliveira Bezerra Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil

Palavras-chave:

Saúde Mental, Centro de Atenção Psicossocial, Transtornos de Personalidade

Resumo

A personalidade pode ser compreendida como o conjunto de características intrapessoais que definem o sujeito, envolvendo aspectos como afetividade, emoções, sentimentos, autoestima e humor, caracterizados enquanto formas de vivências afetivas e interpessoais. Dessa forma, tomando como base suas alterações, existem três grupos de transtornos de personalidade, que podem ser definidos por padrões de desconfiança e excentricidade (grupo A); instabilidade emocional, manipulação ou dramatização (grupo B); ansiedade, necessidade absoluta de controle ou insegurança (grupo C). Com isso, este trabalho tem como objetivo elucidar questões acerca do acompanhamento psicoterapêutico prestado em saúde mental a pacientes com transtornos de personalidade. Trata-se de um relato de experiência decorrente da disciplina de Estágio Profissionalizante II, do curso de Psicologia do Centro Universitário Católica de Quixadá. O estágio ainda está em desenvolvimento, sendo realizado nos Centros de Atenção Psicossocial II dos municípios de Quixadá e Quixeramobim, desde agosto do ano corrente. Este trabalho é de cunho qualitativo e foi desenvolvido a partir de materiais teóricos e registros documentais da prática. A atuação em campo de estágio ocorre semanalmente, sendo atendidos sujeitos de diferentes faixas etárias. No decorrer dos atendimentos realizados, destacaram-se alguns casos de pacientes com hipóteses diagnósticas de Transtornos de Personalidade, variando entre paranóide, esquizotípica e histriônica. Através do acompanhamento em psicoterapia desses pacientes, foram alcançados alguns resultados positivos como o reconhecimento de emoções e sentimentos e engajamento em atividades coletivas oferecidas pelo serviço, como grupos operacionais e terapêuticos. Como dificuldades encontradas, em alguns casos, teve-se a baixa adesão e comprometimento com o acompanhamento multi e interdisciplinar, bem como a medicação em curso. O processo de vinculação também apresentou obstáculos com alguns pacientes em acompanhamento, sobretudo com um paciente possivelmente paranóide, devido ao padrão de desconfiança excessiva e a distorção de situações cotidianas, além de teorias conspiratórias frequentes. O comportamento sexualmente inadequado e a dramatização exagerada de um paciente com hipótese de personalidade histriônica foi outro obstáculo encontrado no processo psicoterapêutico, devido à dificuldade de permanecer em acompanhamento quando contrariado ou questionado acerca de suas ideias de autovalorização. Apesar da personalidade esquizotípica ter como uma de suas características a dificuldade para o estabelecimento da confiança em relações interpessoais, foi possível desenvolver uma vinculação terapêutica satisfatória. A paciente passou a sentir-se segura para compartilhar, inclusive através de discursos filosóficos, questões sobre desconfiança excessiva, pensamentos místicos e afetos inapropriados. Com isso, observa-se que o estágio profissionalizante é um recurso de suma importância, que contribui no aprendizado acerca da articulação entre as teorias e técnicas psicológicas adquiridas durante o percurso acadêmico. Além disso, foi possível compreender a necessidade e importância do desenvolvimento prévio de conhecimentos acerca de psicopatologia, personalidade e suas respectivas funções psíquicas afetadas, aplicando tal conhecimento técnico alinhado à prática psicológica de cuidado em saúde mental.

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Publicado

2023-03-23