RELATO DE EXPERIÊNCIA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA: A TRANSFERÊNCIA DE FREUD À LACAN
Palavras-chave:
Psicanálise, Transferência, Psicologia ClínicaResumo
O presente trabalho tem como propósito explicitar a experiência do Estágio Profissionalizante I no Serviço de Psicologia Aplicada do Centro Universitário Católica de Quixadá, tendo como principal atividade o serviço de psicoterapia de base psicanalítica. Por isto, este resumo visa evidenciar como se dá a Transferência no atendimento psicoterapêutico de abordagem psicanalítica, fazendo uma tessitura entre o conceito de Transferência elaborado por Sigmund Freud e posteriormente ampliado por Jacques Lacan. Para Freud, que já havia abandonado o uso da técnica da hipnose, a transferência entre analista e paciente ocorre mediante a reedição das experiências afetivas infantis no setting analítico, pois assim configura-se que no curso da vida há uma constante repetição de tal maneira em que as situações extrínsecas, bem como a essência dos objetos amorosos em acesso, não são completamente imutáveis diante de perspectivas recentes (FREUD, 1912, p. 83. Ao passo que Lacan fez uma densa releitura da teoria freudiana, fundamentando o conceito de transferência na relação do sujeito com a linguagem, como também em uma demanda de amor para com o analista, o qual não corresponde tal qual a expectativa do paciente, pois este assume a posição de objeto causa de desejo. Lacan chama ao que é atribuído o saber de o “grande Outro”, e ele opera como uma referência para a nossa organização subjetiva, que é constituída pelo nosso acesso à linguagem (Maurano. 2006, p. 26-27). Portanto, a explanação do conceito de transferência e como ela estrutura a relação analítica será através da contextualização deste método clínico desde Freud e Lacan até a contemporaneidade. Sendo assim, na clínica de atendimento do SPA, os resultados da transferência se fundamentaram nas configurações da relação entre estagiário e paciente, sendo possível afirmar que ao se estabelecer o vínculo terapêutico o paciente supõe ao terapeuta um saber que Lacan denomina de Sujeito Suposto Saber. Conclui-se, pois, de acordo com os elementos supracitados, que o serviço de psicoterapia de vertente psicanalítica depende de uma escuta qualificada, aprimorada em supervisão, além de ser significativamente importante estar em processo de análise pessoal e manter constante o estudo teórico da Psicanálise.
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