TRABALHO E SOBREVIVÊNCIA: PROCESSOS ORGANIZATIVOS DA ECONOMIA POPULAR
Palavras-chave:
Trabalho e Sobrevivência, Economia Popular, Psicologia OrganizacionalResumo
A economia popular abrange uma diversidade de práticas informais organizadas sob formas de diferentes tipos de empreendimentos que funcionam como alternativas viáveis de garantir a sobrevivência. Desse modo, as atividades aqui descritas e discutidas constituíram-se como parte do projeto de extensão universitário Práxis, executado por três estagiárias de Psicologia e um professor/coordenador em que se buscou compreender como trabalhadores e trabalhadoras da economia popular sobrevivem. Nesse sentido, as práticas envolvem uma aproximação com as pessoas que movimentam a economia popular (feirantes, vendedores ambulantes, costureiras, mototaxistas, artesãs, artistas, etc.) através de diálogos individuais que visam captar a história pessoal, os tipos e vivências de trabalho, questões de saúde, acesso aos direitos sociais (aposentadoria, educação, saúde, assistência). Com base na aproximação concreta, observou-se que a sobrevivência está relacionada às relações de proximidade a família, rede de apoio, vínculos construídos historicamente no bairro e/ou na comunidade. Há também de se mencionar as polimorfias do trabalho, ou seja, as diversas facetas do trabalho. O lugar que este trabalhador e trabalhadora ocupa, as diferentes funções não especializadas que no decorrer da vida foram aprendidas e proporcionaram novas habilidades e novas maneiras de organizar o cotidiano como (tempo, jornada, sazonalidade, deslocamento, estilização, etc). Além disso, foi possível perceber a relação entre precariedade e saúde. Notou-se que as condições concretas de trabalho podem fragilizar a saúde, mas também podem fomentar saúde. As condições podem vulnerabilizar a saúde quando são expostos a sol quente, desproteção, ausência de direitos, insegurança. Mas, pode motivar saúde quando a autonomia deste trabalhador e trabalhadora com relação a atividade e objetivos estão presentes, o controle com relação ao trabalho como também o próprio incentivo pessoal. Conclui-se que as contradições que envolvem o cotidiano de trabalho dessas pessoas, envolvem aspectos de valorização e desvalorização, direitos e proteção social, saúde e sofrimento, precariedade e prosperidade. Estudar o sujeito que é atravessado por tais contradições, as quais logicamente possuem valores, ideias, pensamentos e sentimentos distintos, mas onde a maioria está unida em prol de interesse em comum: sobrevivência. As reflexões geradas apontam-se para Psicologia do Trabalho a valorização dos seus saberes práticos e o fomento de alternativas para a proteção social.
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