A AUTOMUTILAÇÃO ENTRE ADOLESCENTES: O QUE ESTÁ POR TRÁS DESSE COMPORTAMENTO?

Autores

  • Publicações Acadêmicas UNICATÓLICA
  • Isaque Samuel Facó Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil
  • Sâmia da Silva Lopes Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil
  • Meury Gardênia Lima de Aráujo Centro Universitário Católica de Quixadá, UNICATÓLICA, Brasil

Palavras-chave:

Adolescência, Automutilação, Saúde Mental

Resumo

Os comportamentos autolesivos se configuram como um problema de saúde pública que tem crescido consideravelmente nas escolas e entre o público adolescente. A Automutilação é qualquer tipo de comportamento intencional que envolve agressão ou lesão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. O presente trabalho tem como objetivo discutir o sobre a prática da automutilação em adolescentes. Trata-se de um relato de experiência do Estágio profissionalizante II do curso de Psicologia do Centro Universitário Católica de Quixadá, ocorrido no período de agosto a novembro e realizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Ocara - CE cumprido por uma dupla de alunos do décimo semestre. A sistematização das informações foi realizada a partir dos registros documentais das práticas do período de agosto à novembro de 2022. Sabe-se que a adolescência é um período da vida humana marcada por mudanças físicas e psicossociais, onde o indivíduo deve passa por diversos desafios que exige uma maturidade emocional afim de assumir a identidade de um indivíduo adulto. Desse modo, durante a adolescência, é comum surgir instabilidade nas emoções, episódios depressivos, violações de regras, perturbações no humor, comportamentos imprudentes e agitação na vida dos adolescentes. A Automutilação não se restringe a apenas cortes na pele, ela abrange uma ampla gama de comportamentos como: queimaduras, arranhões, mordidas, bater certas partes do corpo de encontro a parede ou objetos, fraturar ossos, descascar feridas em processo de cicatrização, inserir objetos em cavidades do corpo, puxar cabelos, esfregar pedaços de vidro na pele e entre outros, todos com a finalidade de causar danos ao organismo. Dentre os principais fatores que estão por trás do comportamento de autolesão estão a falta de mecanismos de adaptação, depressão, solidão, bullying, insegurança, distorção da imagem corporal, problemas familiares, pessimismo, autodesvalorização e instabilidade emocional. Seja qual for a forma usada para a autolesão, o objetivo é a possibilidade de aliviar a tensão psicológica substituindo pela tensão biológica, ao se automutilar, o indivíduo experimenta a dor física que lhe proporciona desviar sua atenção da dor psíquica. Diante disso, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias de intervenções e de prevenção para reduzir a frequência desses comportamentos. Dentre algumas intervenções que podem ajudar estão o treinamento de habilidades para a resolução de problemas, lidar com perdas, respeito ao próximo, interação social, comunicação efetiva, regulação das emoções e aumento da resiliência facilitam o enfrentamento de situações adversas e, consequentemente, contribuem para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Dessa forma, podemos perceber que o comportamento de se automutilar tem sido utilizado pelos adolescentes como uma forma de lidar com suas próprias emoções, período da vida onde começam a identifica-las e vivê-las de forma mais intensa, pois a adolescência acabe sendo o período de maior sensibilidade aos afetos e menor capacidade de expressão e enfrentamento, fazendo com que esse público se torne vulnerável para experimentar esse comportamento como meio para enfrentar as crises existentes durante essa faixa etária da vida.

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Publicado

2023-03-08